O ar-condicionado é um aliado ou vilão para a Covid-19?

Desde o início da pandemia de Covid-19, tem sido questionado quais práticas aumentam as chances de contágio. De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, é necessário manter a distância mínima de um metro e meio entre as pessoas, por exemplo.

Um grande fator de contaminação é a dispersão de gotículas no ar, por meio da fala, tosse ou espirro, de pessoas que tenham a Covid-19. Sendo assim, aglomerações, principalmente em ambientes fechados, devem ser evitadas.

Mesmo que haja a utilização de máscaras e álcool gel, os ambientes fechados sem circulação do ar são potencialmente perigosos. Com a falta da corrente natural de ar, as partículas que contém o novo coronavírus ficam concentradas no ambiente, aumentando o risco de contágio.

Neste caso, surge a dúvida sobre a utilização do ar-condicionado: é benéfico ou não? As chances de contaminação são maiores? O ar-condicionado é amplamente utilizado para a climatização de ambientes, especialmente em lugares muito quentes.

Deste modo, a qualidade do ar, bem como a sua livre circulação, devem ser prioridades das empresas, oferecendo conforto e segurança para clientes e colaboradores.

O ar-condicionado, quando usado com frequência, pode diminuir a umidade do ar, o que não é adequado neste período de pandemia. As empresas precisam ter cautela, utilizando o ar-condicionado de maneira estratégica, garantindo sua completa higienização e a troca frequente dos filtros.

Assim, o ideal é evitar o uso do ar-condicionado em ambientes fechados para conter a propagação da Covid-19.

Neste artigo, veremos se o ar-condicionado é aliado ou vilão da Covid-19 e quais são os devidos cuidados sobre o uso do aparelho.

 

O ar-condicionado transmite a Covid-19?

Segundo estudos realizados, em ambientes fechados, o ar-condicionado pode auxiliar na propagação do coronavírus. Isso se dá pelo fato de que o ar-condicionado faz o ar do ambiente circular, reduzindo a sua umidade.

Dessa forma, sem a livre circulação, caso o ar esteja contaminado, sua transmissão será facilitada. O estudo consistiu no mapeamento do índice de contaminação em um restaurante sem janelas, que utilizava o ar-condicionado para climatização.

A partir desta pesquisa, o ar-condicionado passou a ser visto como possível vilão, pois aumentaria a incidência da Covid-19. No entanto, os estudos carecem de maior fundamentação, sendo necessárias novas pesquisas.

Nos casos em que houve o aumento da contaminação foram constatadas falhas no sistema de captação do ar externo, bem como da renovação do ar circulante.

Se as empresas não realizam a desinfecção total das peças e a troca dos filtros, o índice de contaminação também deverá aumentar devido à proliferação de vírus e bactérias no interior do aparelho.

Dessa forma, uma série de fatores influenciará na transmissibilidade decorrente do uso do ar-condicionado.

 

Como evitar a contaminação

Existem práticas que podem neutralizar os riscos oriundos da climatização pelo ar-condicionado.

O primeiro fator é a higienização e desinfecção das peças e dutos, bem como a troca dos filtros.

Assim, este procedimento deve ser realizado de forma periódica, garantindo a descontaminação. Portanto, é fundamental realizar a manutenção dos equipamentos, verificando o funcionamento do sistema de captação do ar externo e renovação do ar circulante.

A manutenção dos equipamentos proporciona maior segurança para os usuários. Além disso, para ambientes fechados, sem janelas, o recomendável é evitar o uso do ar-condicionado, visto que a circulação do ar não ocorrerá da forma ideal.

Dessa forma, reduz o risco de contaminação, pois as gotículas dispersas contaminadas são facilmente propagadas nesses ambientes. As empresas devem priorizar a livre circulação do ar, mantendo os espaços corporativos bem arejados.

Deste modo, em ambientes abertos, o ar-condicionado poderá ser utilizado, desde que devidamente mantido, por meio de fiscalizações periódicas.

Outro fator que auxilia no combate à Covid-19 é a manutenção da umidade do ar, que contribui para o conforto e saúde dos colaboradores. O uso do ar-condicionado reduz, consideravelmente, a umidade do ar proporcionando a contaminação pelo coronavírus.

Quando o ar está muito seco, os microrganismos se propagam com mais facilidade, pois as partículas conseguem se manter dispersas por mais tempo. Por sua vez, com os índices ideais de umidade mantidos, as gotículas contaminadas tornam-se mais pesadas, caindo no chão rapidamente.

 

A importância da renovação do ar

Os estudos realizados demonstraram a importância da renovação do ar circulante, tanto para ambientes abertos, quanto fechados. Dessa forma, ao permitir que o ar circule livremente, sua renovação garante que o espaço fique livre da ação dos microrganismos, inclusive do novo coronavírus.

Nos ambientes fechados, a propagação da Covid-19 tornou-se uma questão recorrente. Devido a este fato, o uso do ar-condicionado nos ambientes fechados não é recomendado, dado o alto risco de contaminação.

Quando o ar não circula, os microrganismos permanecem no ambiente por um longo tempo. No caso da Covid-19, a junção do ar seco e que não circula, resultará em gotículas contaminadas, que ficarão dispersas, contaminando inúmeras pessoas.

A manutenção da renovação do ar é fundamental para todas empresas, estando prevista na Portaria n° 3.523, do Ministério da Saúde.

 

A higienização do ar-condicionado contra a Covid-19

A higienização e desinfecção do ar-condicionado são processos obrigatórios para o combate à Covid-19.

Deste modo, as peças do ar-condicionado, como os condensadores, compressores, bandejas, ventiladores, dutos, câmaras de ventilação e chaves seletoras devem ser higienizadas, por meio do uso de produtos capazes de matar o coronavírus.

Além disso, os filtros e a água condensada precisam ser sempre trocados, reduzindo o risco de contaminação. Portanto, a manutenção do ar-condicionado é essencial, para que as empresas possam oferecer um ambiente corporativo saudável para os colaboradores.

 

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