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SIPAT, Team Building e Saúde Mental: Transformações, Desafios e Tendências nas Organizações

O universo de saúde e segurança no trabalho passa por uma virada cultural que integra prevenção de acidentes, segurança psicológica e desenvolvimento humano. Este conteúdo é fruto de uma conversa rica com Carla Galo, fundadora da Team Building Maker e gestora do hub de soluções GDF, no podcast Conexões para Crescer, do oHub, que debateu mudanças, tendências e desafios na SIPAT, no team building e na saúde mental.

“A grande mudança é entender que tudo gira em torno da gestão das emoções”, afirma Galo, ao defender que tecnologia e processos existem para aproximar pessoas e sustentar uma cultura de valorização da vida.

A especialista afirma que o SIPAT não é um evento para cumprir somente a legislação é também “cultura de valorização da vida”. A atualização da NR1, trouxe a exigência de identificação de riscos psicossociais para o centro da agenda. Isso amplia o foco da prevenção: além de acidentes físicos, é preciso abordar assédio, discriminação e respeito às diferenças. Na prática, mensagens alinhadas, métricas claras e escuta ativa da base tornam a semana mais coerente e efetiva.

O pano de fundo é duro e pede urgência. Carla recorda que “a cada três horas e quarenta e cinco minutos, um trabalhador brasileiro morre em atividade laboral”. A resposta organizacional passa por planejamento, mensuração e continuidade: temas conectados à rotina, pactos de convivência e ações que sobrevivem ao calendário da semana, com reforços ao longo do ano, nos canais internos e nos rituais de liderança.

Transformações na SIPAT: do requisito legal à segurança psicológica

A popularização do debate sobre saúde emocional e a exigência de tratar riscos psicossociais reposicionaram a SIPAT. Em vez de uma sequência de palestras isoladas, ganha corpo o desenho integrado, com abertura, trilhas temáticas, atividades vivenciais e pactos finais, todos coerentes entre si. “Não existe mais como tratar segurança apenas no eixo físico; é preciso enfrentar aquilo que adoece psicologicamente”, diz Carla.

Essa transição é também cultural. O tom moralista ou punitivo perde espaço para práticas que educam e convidam ao compromisso: direito de recusa em situações de risco, linguagem respeitosa, canais de denúncia confiáveis e protocolos efetivos. Ao substituir o “cumprir obrigação” por consistência e propósito, as organizações reduzem acidentes e afastamentos, e fortalecem o clima e produtividade.

A governança da semana importa. Briefings robustos, alinhamento entre facilitadores e indicadores de impacto (adesão, aprendizado aplicado, mudanças de comportamento) evitam contradições e dispersão. Quando cada frente puxa para um lado, o aprendizado se dilui; quando o roteiro é coeso, a mensagem fica. “SIPAT não é sobre um dia especial; é sobre cultura”, diz Galo.

Team Building que engaja: colaboração, vivências e formatos híbridos

O team building eficaz trocou a lógica da competição pela construção colaborativa. Dinâmicas que pedem coautoria, solução de problemas e criação de algo em conjunto aumentam a participação e reduzem a ansiedade de quem não se identifica com desafios físicos. “Team building não é competição; é construção de equipes”, destaca Carla, apontando ganhos de engajamento quando a proposta é inclusiva e focada em objetivos comuns.

A pandemia consolidou o híbrido e o uso de audiovisual personalizado como ativos de aprendizagem. Além de encontros ao vivo, conteúdos gravados e reutilizáveis favorecem integração de novos colaboradores e reforços periódicos. A transmissão, para funcionar, precisa ser planejada (iluminação, enquadramento, interação com quem está remoto), não um improviso de câmera lateral em auditório. “Tecnologia bem utilizada aproxima”, afirma Carla.

Experiências simples também contam: kits enviados previamente, aberturas sincronizadas, quizzes e gincanas temáticas conectam times distribuídos e criam senso de ritual. O segredo é orquestrar a jornada completa – convite, expectativas, participação ativa e follow-up – para que cada pessoa saiba por que está ali, o que fazer e como aplicar no trabalho.

Saúde Mental e Inteligência Emocional: do tabu à prática diária

Muitas empresas ainda evitam nomear “saúde mental” por associarem o tema à doença. A porta de entrada tem sido inteligência emocional, autoconsciência, regulação, empatia e comunicação. “Investir em saúde mental é necessário e traz retorno: aumenta produtividade e reduz absenteísmo”, diz Carla. Ambientes com segurança psicológica habilitam o diálogo, pedem ajuda mais cedo e acionam o direito de recusa sem medo de retaliação.

A prevenção ao assédio precisa sair do discurso para o cotidiano: linguagem respeitosa, revisão de “apelidos”, pactos de convivência e responsabilização real. “Assédio institucionalizado adoece e afasta pessoas”, alerta Carla, lembrando que rodas de conversa guiadas e quizzes situacionais ajudam a traduzir políticas em prática, com participação ativa das equipes.

Tecnologia é meio, não fim. A IA agiliza curadoria, organização de roteiros e criação de materiais, preservando a mediação humana no que é ambíguo ou sensível. “O uso coerente da inteligência artificial, potencializando a inteligência emocional, é o caminho”, afirma Carla. Em paralelo, recursos de áudio, vídeo e interatividade ficaram mais acessíveis, permitindo experiências ricas sem perder o foco na humanização.

Conclusão

O futuro próximo de SIPAT, team building e saúde mental combina três verbos: prevenir, engajar e cuidar. Prevenir riscos físicos e psicossociais com governança e mensuração; engajar com experiências colaborativas e formatos híbridos bem planejados; e cuidar do fator humano com inteligência emocional e segurança psicológica. “O ambiente de trabalho não é lugar para se acidentar, muito menos para se morrer”, alerta Carla Galo.

Para líderes e RH, o caminho é operacionalizar essa visão: mapear jornadas, alinhar facilitadores, definir métricas e criar rituais que sustentem o aprendizado ao longo do ano. Não há espaço para o mínimo necessário: “SIPAT não é evento para cumprir tabela. É cultura de valorização da vida”. Em organizações que integram tecnologia, processos e respeito, a prevenção deixa de ser custo, vira vantagem competitiva e base de um trabalho mais seguro, saudável e produtivo.

Clique aqui e assista a todos os episódios do podcast Conexões para Crescer.

Sobre Luiza Guimarães

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